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Uma explicação que falta - Questão do Maranhão

Posted by Guilherme Monteiro Cerqueira on 10:05

Uma explicação que falta

A decisão de apoio a Roseana Sarney é formalmente legítima e juridicamente legal. Mas é equivocada taticamente e desastrosa estrategicamente.

A decisão é legítima, porque ela se baseia em dois parâmetros que foram majoritários no processo de eleição das atuais direções partidárias: eleger Dilma é o centro da tática e a aliança com o PMDB é essencial para eleger Dilma.

A decisão é legal, porque o IV Congresso do PT aprovou, também por maioria, que a última palavra sobre a política de alianças nos estados seria do Diretório Nacional do PT. E o Diretório Nacional, no dia 11 de junho, por 44 votos contra 30, anulou a decisão do Encontro Estadual do PT Maranhão e decidiu apoiar Roseana Sarney.

Esta última decisão causou repulsa em metade do PT do Maranhão, estado governado há décadas pela oligarquia Sarney e que, não por coincidência, exibe os piores índices sociais do país. Neste momento, três dirigentes do Partido estão em greve de fome e um recurso foi impetrado na Justiça.

Entendemos e compartilhamos a indignação da militância petista anti-Sarney. Até porque votamos contra o apoio a Sarney, em favor da decisão do Encontro do PT do Maranhão. Mas consideramos que a Justiça não é o foro adequado para resolver a questão; e discordamos totalmente do recurso à greve de fome num caso como este.

A decisão adotada, de apoio a Sarney, é formalmente legítima e juridicamente legal. Frente a isto, há três caminhos: acatar, desobedecer ou sair do Partido. Recorrer à Justiça não é caminho, pois isto significa transferir para o poder de Estado (o famoso "Estado burguês") as decisões internas de um partido.

A greve de fome tampouco é o método adequado para enfrentar a questão. Se o objetivo é reverter uma decisão partidária, a greve de fome é recurso inadequado. Se uma decisão legal e legítima, ainda que totalmente errada, puder ser revertida com uma greve de fome, então não haverá mais qualquer decisão. Se o objetivo é denunciar a truculência política e desgastar a oligarquia, outros métodos seriam mais eficazes, saudáveis e menos sujeitos à manipulação por parte da direita tucano-demista.

Não recorrer à Justiça, interromper a greve de fome e lançar candidaturas petistas à Assembléia Legislativa e à Câmara dos Deputados, capazes de dar continuidade à luta contra a oligarquia Sarney, nas eleições 2010 e depois: este nos parece ser o caminho possível, neste momento, para reduzir os danos resultantes da decisão de apoiar Roseana Sarney, decisão que seguimos considerando taticamente equivocada e estrategicamente desastrosa.

A decisão é taticamente equivocada, porque ela parte de uma leitura tosca, rudimentar, unilateral, da correta tese de que eleger Dilma é o centro da tática. Certamente, compartilhamos integralmente da decisão de eleger Dilma, talvez com mais convicção do que a exibida por alguns que se exaltam publicamente em sua defesa; mas eleger Dilma não é incompatível com a existência de "dois palanques" em alguns estados.

Em 2006, por exemplo, tivemos o caso clássico de Pernambuco, onde dois candidatos a governador (um do PT, outro do PSB) apoiaram Lula, cuja candidatura ganhou com isto. Em 2010, na Bahia, haverá um palanque do PMDB e outro do PT.

Concordamos que um palanque, falando em tese, é melhor do que dois palanques. Mas onde não é possível construir pacificamente um palanque, melhor conviver com dois, do que ofender profundamente uma parte da nossa base social e eleitoral, que vota em Dilma, mas não se considera obrigada a, em nome disto, apoiar ou votar numa determinada candidatura a governador.

O que foi feito no Maranhão fortalece as chances de vitória de Roseana Sarney, mas não acrescenta um único voto para Dilma Roussef. Corremos o risco, pelo contrário, de fazer Dilma e o PT perderem votos. Ou seja: o que foi feito, foi para ajudar a candidata Sarney. Não tem nada que ver com o "centro da tática"; portanto, é um equívoco tático.

A decisão é estrategicamente desastrosa, por dois motivos.

Primeiro, porque --mesmo supondo que fosse útil para a eleição de Dilma-- ela certamente não é útil para, junto com a eleição de Dilma, criar as condições políticas e institucionais para que nossa futura presidenta faça um terceiro mandato superior aos dois mandatos de Lula.

Não se trata de uma decisão que nos ajude a eleger mais governadores, senadores e deputados comprometidos com o nosso projeto de país. Não se trata de uma decisão que fortalece uma cultura de massas democrática e popular. Pelo contrário.

Segundo, é estrategicamente desastrosa porque esta decisão representa uma condenação para o PT, em todos aqueles estados onde nosso Partido não conseguiu eleger o governador até 2002. Como ficou claro em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, como quase também ocorreu em São Paulo e no Rio Grande do Sul, nos estados em que não temos governador, se depender do tipo de postura adotada pelos 44, o PT só pode lançar candidato ao governo aonde nossos aliados não viabilizarem candidaturas que exijam nosso apoio.

Na prática, isto significa que o PT está se auto-condenando a estacionar no lugar onde conseguimos chegar em 2002. Esta decisão política é um haraquiri estratégico: reduz o crescimento de nossas bancadas parlamentares; expõe nosso governo federal a um cerco de governadores; transforma o PT em escada para aliados que estão longe de ser aliados de projeto.

O irônico é que alguns destes aliados não se sentem na mesma obrigação. O PMDB não está apoiando Jaques Wagner (Bahia) nem Ana Júlia Carepa (Pará). Só em Sergipe e no Distrito Federal o PMDB está apoiando candidatos petistas a governador.

Ou seja: vários grupos que integram o PMDB seguem na luta pela hegemonia, enquanto a maioria do PT se auto-impõe interromper nosso crescimento nos estados, interpretando de maneira reducionista o que seriam as necessidades estratégicas nacionais, como se ter força nos estados fosse secundário para governar o país, como se campanhas petistas para governador não ajudassem na eleição de mais deputados e senadores e mesmo na campanha Dilma.

Os números: em 2002, o PT lançou candidatura a governador em 23 estados. Em 2006, em 17 estados. Em 2010, em apenas 11 estados. Enquanto isto, o PSDB terá 17 candidaturas e o PMDB terá 15 candidaturas. Esta redução terá impacto no resultado global da eleição.

Os que defendem alianças deste tipo, portanto, comportam-se como aquele general famoso, que para vencer uma batalha, danifica tanto suas forças, que perde as condições para vencer a guerra.

Algo semelhante ocorreu em 2003-2004: a sobrevalorização da governabilidade institucional quase destruiu o PT; fomos salvos, durante a crise de 2005, exatamente por aquilo que se estava menosprezando, a saber, o próprio PT, os aliados de esquerda e os movimentos sociais.

Os que defendem aquele tipo de aliança, justificam-se dizendo que situações assim serão resolvidas quando houver uma reforma política, que fortalecerá os "partidos ideológicos". É parcialmente verdade. Mas também é verdade que o enfraquecimento do PT e dos aliados de esquerda, reduz as chances de uma reforma política.

O que é pior: alianças deste tipo geram ressentimentos na base do Partido, adubando o terreno para os que defendem algo ainda mais negativo: a chamada aliança estratégica com o PSDB.

No debate que travamos no Diretório Nacional, 44 votaram a favor da aliança com Roseana Sarney. A maioria destes 44 não parecia satisfeita com o que estava fazendo. Talvez tivessem a consciência de que, embora formalmente legítima e juridicamente legal, a decisão que estavam tomando era estrategicamente desastrosa. Quem sabe se não foi por isso que alguns exageraram nos argumentos táticos, dizendo que o palanque de Flávio Dino era uma armadilha tucana, ou que do apoio à Roseana dependeria a vitória de Dilma.

Podiam ter nos poupado e se poupado destas tolices, se tivessem simplesmente admitido que Sarney, como é do seu feitio, usou de seu cargo de presidente do Senado para chantagear o governo, que por sua vez pressionou a campanha e o Partido.

Seja como for, a questão de fundo persiste: o PMDB e oligarquias regionais como os Sarney podem, eventualmente, ser úteis e necessárias para derrotar a direita tucano-demista, sem dúvida nossa inimiga principal. Algumas concessões devem ser feitas, para que o PMDB e aquelas oligarquias nos apóiem. Mas se estas concessões enfraquecerem estrategicamente o PT, o resultado da operação será, mais cedo ou mais tarde, o contrário do que se pretende.

Este é a explicação que os 44 nos devem: como não repetir Pirro?

Valter Pomar e Iriny Lopes, integrantes do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores

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Adesivo: Sou PT, Sou Dilma, Sou Flávio Dino

Posted by Guilherme Monteiro Cerqueira on 14:43


O PT do Maranhão decidiu por maioria apoiar Flávio Dino, candidato do PCdoB ao governo do estado. Alguns petistas já tinham até adesivo pronto, que iria circular depois da oficialização da candidatura (ver imagem). Agora, com a decisão do Diretório Nacional do PT, começam tempos difíceis para os petistas que não se dobraram à oligarquia dos Sarney.


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Contribuição da Articulação de Esquerda para reunião do Diretório Nacional do PT Junho de 2010

Posted by Guilherme Monteiro Cerqueira on 08:59



Contribuição da Articulação de Esquerda ao debate no Diretório Nacional

(segunda versão – sujeita a alterações)

1.O Diretório Nacional do PT, reunido no dia 11 de junho, na véspera da Convenção Nacional que oficializará a candidatura de Dilma Roussef à presidência da República, debateu a conjuntura nacional e internacional e aprovou a seguinte resolução política:

2.O mundo inteiro acompanhou, nas últimas 48 horas, dois grandes atos políticos de sentido diametralmente oposto.

3.Por um lado, a inauguração da Copa do Mundo na África do Sul, durante a qual o Bispo Desmond Tutu, prêmio nobel da Paz, conclamou todos os presentes a homenagear Nelson Mandela, símbolo internacional de luta, perseverança e tolerância.

4.Por outro lado, a decisão do Conselho de Segurança da ONU, aprovando uma nova rodada de sanções contra o Irã, desperdiçando a grande negociação em prol da paz, que fora construída pelos governos da Turquia e do Brasil.

5.O governo brasileiro, neste episódio como em tantos outros, agiu de maneira coerente: o mundo precisa de desenvolvimento, justiça, democracia e paz. E o caminho para atingir estes objetivos é o do diálogo, da tolerância, do acordo que respeite a soberania e os direitos de todos os países, não apenas das potências que foram vitoriosas numa guerra que se encerrou há 60 anos.

6.Nunca é demais lembrar as palavras de Lula para Bush, quando o então presidente dos Estados Unidos convidou o Brasil a participar da guerra contra o Iraque: minha guerra é contra a fome, disse o presidente brasileiro.

7.Oito anos depois, a guerra no Iraque destruiu um país, matou centenas de milhares de pessoas e não tem desfecho à vista, sem que nunca tenham sido encontradas as armas de destruição em massa que foram o pretexto para a invasão comandada pelos EUA.

8.Oito anos depois, as políticas adotadas pelo governo Lula melhoraram a vida do povo brasileiro. Do início de 2003 até hoje, nosso PIB foi de 0,5 trilhão para 1,5 trilhão de dólares; as reservas internacionais do Brasil cresceram de US$ 35 bilhões para US$ 240 bilhões; o salário mínimo subiu de US$ 80 para US$ 280; 30 milhões de pessoas ascenderam socialmente; 10,6 milhões mudaram de favelas; o índice Gini caiu de 0,58 para 0,52.

9.Enquanto isso, os Estados Unidos e a União Européia estão envolvidas numa brutal crise econômica, cuja causa imediata é a loucura especulativa neoliberal, o endeusamento das forças de mercado, a desvalorização do Trabalho e dos controles públicos indispensáveis à uma vida civilizada. Crise que os conservadores hegemônicos nestes países querem enfrentar através de medidas recessivas, que só aprofundarão a crise e penalizarão os trabalhadores.

10.Apesar de desmoralizados pela vida, os neoliberais não perdem os vícios, nem a pose. No Brasil, por exemplo, o candidato da direita ataca a política externa brasileira, deixando evidente que sua opção é pela submissão aos poderosos de ontem, sem perceber que o mundo está mudando e que nosso país já é um dos protagonistas de uma nova época que está nascendo.

11.O povo brasileiro não quer a volta do passado, do neoliberalismo, das privatizações, do desemprego. Isto fica claro a cada nova pesquisa de opinião, seja pelos índices de apoio ao governo Lula, seja pelo estancamento da candidatura da oposição de direita, seja pelo crescimento constante da opção de voto em Dilma Roussef.

12.Nossa dianteira nas pesquisas, entretanto, não pode nos levar a baixar a guarda, nem a achar que a eleição está ganha. A oposição de direita e seus apoiadores nos meios de comunicação já demonstraram, por diversas vezes, estar dispostos a absolutamente tudo para tentar ganhar as eleições.

13.Num primeiro momento, tentaram ocultar sua postura de oposição ao nosso projeto, fugindo do debate programático, centrando fogo em nossa candidata e em nosso partido, fomentando intrigas e difundindo mentiras, buscando dividir a base de apoio do governo.

14.Não tiveram êxito. Agora, mesmo que alterem a tática, não mudarão os métodos. Farão de tudo para levar a eleição ao segundo turno, apoiando outras candidaturas presidenciais, estimulando a judicialização da política, usando os grandes meios de comunicação como boletins de campanha, atacando os direitos humanos, torcendo para que a nova etapa da crise internacional altere para pior as condições do Brasil, produzindo crise cambial, alta de juros e primarização de nossa pauta de exportações.

15.Devemos estar preparados para uma campanha de golpes baixos, que pode se estender até o final de outubro. E que sinaliza qual será o comportamento de uma parte da oposição, durante nosso futuro governo.

16.A partir de 13 de junho, a disputa eleitoral entra em uma nova etapa. Nela, como antes, o debate programático jogará papel fundamental. Ao PT interessa comparar o passado neoliberal, com o presente desenvolvimentista; interessa também debater o futuro, a nossa visão de mundo, o nosso projeto de integração continental, o nosso projeto nacional, nossa concepção de desenvolvimento com igualdade e democracia.

17. Papel destacado terá, neste sentido, a Comissão de Programa de Governo do PT, a quem caberá defender as diretrizes aprovadas no IV Congresso do Partido, formular o detalhamento setorial destas diretrizes e impulsionar, em comum acordo com todos os partidos da coligação, a elaboração do Programa de Governo Dilma 2011-2014.

17.Interessa, por exemplo, explicar as vantagens do modelo de partilha frente ao modelo de concessão; o papel decisivo que os bancos públicos jogaram, para evitar os efeitos mais perversos da crise internacional; o papel da elevação do salário mínimo e de programas de transferência de renda, para estimular um mercado interno que sustentou o crescimento do país. Interessa, igualmente, destacar a importância dos temas da democracia, direitos humanos e da comunicação, em nosso projeto de país.

18.Por tudo isto, é essencial que o conjunto do Partido dos Trabalhadores esteja envolvido e coordenando a campanha que nos levará à vitória em outubro de 2010. Inclusive porque não queremos apenas ganhar a eleição presidencial: queremos criar as condições para que o governo Dilma aprofunde as transformações que fizemos no Brasil. E isso supõe eleger mais governadores, senadores, deputados federais e estaduais comprometidos com nosso projeto. Supõe, precisamente, transformar a campanha eleitoral numa grande campanha político-cultura de massas por um Brasil cada vez mais democrático e popular, com reforma agrária, com democratização da comunicação social, com imposto sobre as grandes riquezas.

19.Alcançar estes objetivos dependerá do envolvimento dos partidos de esquerda, dos movimentos sociais, da intelectualidade progressista, de todos os brasileiros e brasileiras comprometidos com a soberania nacional, a democracia e a igualdade social.

20.Esta é a primeira e principal missão do PT, de cada petista, nos próximos meses: vencer as eleições, para continuar mudando o Brasil.

Junho de 2010
Direção Nacional da Articulação de Esquerda
Tendência Interna do Partido dos Trabalhadores

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PT-RJ CRIA COMISSÃO PARA REUNIR COM CABRAL

Posted by Guilherme Monteiro Cerqueira on 08:54



O Diretório Estadual do PT-RJ deliberou ontém criar comissão para reunir com o governador Sérgio Cabral. Além disso, resolveu adiar a definição da sua chapa e tática eleitoral proporcionais e o nome para a primeira suplência ao senado, cujo titular é Lindberg Farias, em reunião do diretório a ser realizada no próximo dia 18 de junho (sexta-feira). Com isso, a sua convenção legal, para o registro das chapas, do candidato ao senado e das suas duas suplências, junto à justiça eleitoral, foi marcada para o dia 19 do mesmo mês. Ambas ocorrerão na sede do partido. Até lá será definida também as coordenações de campanha estadual, ao senado e presidencial de Dilma Rousseff no Estado do Rio

Um dos pontos polêmicos a serem deliberados refere-se a primeira suplência do senado: se ela ira para um petista – disputam a vaga o escritor e sociólogo Emir Sader, o ex-prefeito de Niterói, Godofredo Pinto e o sindicalista, e ex-presidente do PT de Campos, Hélio Anomal -; ou será destinada para indicação de outros partidos, como o PP, do senador Francisco Dornelles (RJ), ou o PDT. O presidente nacional licenciado deste partido, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, esteve na sede do PT em Brasília e protocolou a reinvindicação da vaga para o PDT. O nome cogitado por este partido é do ex-deputado estadual e ex-prefeito de Cabo Frio (Região dos Lagos-RJ), José (Zezinho) Bonifácio. O nome do PP não foi apresentado, porque há disputa pela indicação no partido.

Segundo declarou na reunião diretório o deputado federal Luiz Sérgio Nóbrega, presidente estadual do PT-RJ, o PP alega em favor do seu pleito a força que o partido detém no interior, onde a candidatura de Lindberg é mais frágil, que foi decisiva para eleição de Dornelles ao senado, já o PDT, o fato de administrar três dos maiores colégios eleitorais do estado, respectivamente, São Gonçalo, Nova Iguaçu e Niterói, que juntos somam quase um milhão e meio de eleitores.

O ingresso na disputa de um nome do PDT, partido situado no campo democrático e popular, que, ao contrário do PP que oscila entre o apoio as candidaturas presidenciais de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), já definiu apoio à candidata do PT, alterou a tendência do diretório de definir na reunião realizada ontém, a indicação de um petista para a primeira suplência do senado. Não só porque o PDT é um aliado com um perfil programático mais próximo do PT, mas também para esteitar os laços entre os partidos do campo democrático popular, e dar maior equiíbrio a relação de forças no interior da coalizão de apoio a candidatura à reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB).

Outro ponto polêmico que será deliberado no próximo dia 18 é se o partido realizará coligação proporcional nas chapas para a câmara federal e/ou assembléia legislativa. Os únicos partidos da coalizão de apoio à Cabral que revelaram interesse nesta composição foram o PP e o PSB. Com o primeiro é muito difícil por falta de sintonia programática e pela diferença do piso eleitoral entre os candidatos deste partido e os do PT – o primeiro suplente do PP na câmara federal , o secretário estadual de Transportes, apresentador de programa de TV e empresário da área de educação, Júlio Lopes, obteve mais de 90 mil votos, o que o colocaria na condição de terceiro mais votado na coligação que elegeu sete deputados (seis do PT), realizada entre PT e PSB, em 2006, enquanto o segundo eleito pelo PT, Luiz Sérgio, obteve votação inferior a esta. Com o segundo, o debate está em aberto, embora o PSB proponha uma coligação proporcional nas duas chapas, que junte o PT, o PDT e o PCdoB. Algo de difícil costura política, já que estes dos últimos partidos já manifestaram o interesse de disputarem a eleição com chapas próprias.

Além do debate político ocorrido sobre aqueles pontos e outros como coordenação de campanha estadual, do senado e da campanha Dilma Rousseff no Rio, foi aprovada a criação de uma comissão composta por Luiz Sérgio, Inês Pandeló, deputada e líder da bancada do PT na Alerj, Jorge Florência, vice-presidente estadual do PT-RJ e o dirigente estadual Antonio Neiva, representando a candidatura de Lindberg Farias ao senado, para reunir com o governador Sérgio Cabral, e definir o formato da coalizão no que se refere a campanha estadual, a divisão de tempo no horário eleitoral gratuito das duas candidaturas ao senado, programa de governo e a relação do PT com o governo estadual.


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PT do Rio e Estratégia Política

Posted by Helbson de Avila on 14:37

 

Por Giuseppe Cocco.

“É hora do PT do Rio de Janeiro voltar a pensar estrategicamente”
O Rio de Janeiro é povoado por uma vasta multidão de pobres. Vocacionada a ser uma metrópole de esquerda, é um contraponto ao peso eleitoral que as forças conservadoras – turbinadas por uma grande mídia monopolista e totalitária – exercem no sudeste (em particular em São Paulo).

Desde a vitória de César Maia em 1992, a capital é governada pela direita. Nas coalizões de centro-esquerda, que passaram a governar o estado, o lugar e o papel do PT é marginal e subalterno.

Nos últimos anos, é verdade, os importantes investimentos do governo Lula em infra-estrutura, habitação, segurança e políticas sociais, foram o fiel de uma inflexão do governo estadual e a base potente de uma aliança nacional para a eleição da companheira Dilma: uma meta fundamental para toda a esquerda carioca e fluminense (bem como da esquerda nacional, sul-americana e mundial!).

Essa dinâmica virtuosa em nível estadual não pode, entretanto, esconder – em termos de reflexão de médio e longo prazo – que a esquerda do Rio de Janeiro (em geral) e o PT (em particular) têm que enfrentar o desafio da construção de um projeto hegemônico, de mobilização democrática e transformação social adequada às demandas populares por justiça social.

Dito de outro modo: para a esquerda em geral, apoiar as necessárias alianças e composições políticas nacionais e regionais não significa diluir-se nelas, mas enxergá-las como terreno de mediação para a construção de uma proposta majoritária de esquerda, expressão das lutas e das reivindicações das classes médias, dos trabalhadores e dos despossuídos.

Para o PT-RJ, tais alianças não devem esconder seus limites e perigos políticos, por exemplo, se identificando com um governo municipal claramente inspirado por valores conservadores e práticas de repressão dos pobres (como o ‘choque de ordem’ ou as políticas arbitrárias de ‘remoções’ das favelas). O paradoxo desta situação já se anuncia: os jogos olímpicos que o Brasil conquistou graça ao prestigio global do presidente dos pobres – Lula – correm o risco de serem usados contra os pobres do Rio de Janeiro, em função dos interesses da especulação imobiliária e da elite financeira.

Não devemos aceitar qualquer tipo de compromisso, nem se identificar com as forças com as quais fazemos alianças, tampouco aceitar permanecer em qualquer governo como pura moeda de troca. O PT-RJ não pode se submeter, nem ser linha auxiliar no xadrez da política nacional: o preço que pagará por esse pragmatismo será a tradução de sua atual marginalidade política em marginalização social. Os pobres da metrópole do Rio merecem um partido de esquerda que seja protagonista e expressão de suas lutas e represente seus objetivos.

O Partido dos Trabalhadores deve pensar e trabalhar nessa direção, afirmando um espaço de debate aberto, abrangente e democrático. No cerne dessa discussão, entre outras, está a questão política dos pobres (a partir de uma reflexão sobre as políticas federais de transferência de renda) e a questão da cidade: da mobilização produtiva e democrática do trabalho no estado do Rio de Janeiro (apreendendo com a experiência do grande ABC paulista, que teve Celso Daniel como um dos arquitetos do modo petista de governar).

É um trabalho de médio prazo, mas há algo que é possível fazer nas eleições de 2010. Apoiar candidaturas comprometidas com essa política, em particular no pleito majoritário: a candidatura do prefeito de Nova Iguaçu ao Senado, que governou uma grande cidade da baixada fluminense, indica esse caminho. Ela precisa ser reforçada agora pela presença de uma figura política e intelectual que tenha legitimidade e capacidade de liderar esse esforço de construção de um projeto para a esquerda e o PT.

Giuseppe Cocco é professor da UFRJ e da Universidade Nômade

Fonte: Blog Página 13


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RJ: Carta aberta em defesa de Emir Sader para primeira suplência do senado

Posted by Helbson de Avila on 13:35

 

No estado do Rio de Janeiro, uma campanha vitoriosa rumo ao senado é fundamental para eleger Dilma, para dar continuidade às realizações do governo Lula, para dar sustentação ao nosso futuro governo no Congresso Nacional. Isto faz parte da estratégia eleitoral do PT, diante da fragilidade enfrentada por nossa bancada do senado, nos dois mandatos de Lula.

Neste quadro, a pré-candidatura de Emir Sader reúne as melhores condições para garantir nossa vitória no senado e para fortalecer o PT no estado. O apoio de Lula, a força do partido, a articulação com os movimentos sociais, a militância na rua e a Internet serão os antídotos petistas contra nossos adversários, que contam com apoio do poder econômico, nesta disputa.

Quais são as alternativas que serão discutidas na próxima reunião do diretório regional (dia 7/6)?

A formalização do apoio do PP a Dilma é improvável. No plano estadual, entregar a primeira suplência ao PP fragilizaria Lindberg. Para nossa base social, o PP representa a política clientelista, a oposição ao projeto ficha limpa, as práticas intoleráveis contra nossa aliada Jandira Feghali nas eleições de 2006.

A pré-candidatura do Professor Godofredo Pinto é legítima e tem méritos que são reconhecidos por valorosas correntes, lideranças e militantes do PT-RJ. Com todo respeito ao companheiro, entendemos que nessa conjuntura a dobrada Lindberg – Emir Sader é o melhor caminho para garantirmos nossa vitória rumo ao senado.

A força ideológica desta chapa nos ajudará também a vivificar a identidade e legitimidade do partido na sociedade, a fortalecer eleitoralmente nossa nominata e a disputar hegemonia com o PMDB – a partir de critérios políticos, programáticos e éticos – o programa de governo e o plano da campanha.

A pré-candidatura de Emir Sader à suplência do senado nasce comprometida com o objetivo de unir o partido e ampliar as chances de vitória eleitoral do candidato majoritário, uma vez que ela facilita nossa reaproximação com os estudantes, os intelectuais, os artistas, a classe média carioca e a base partidária do esquerdismo, que são formadores de opinião pública.

Emir cresce a cada dia na militância, porque foi acolhido por amplos setores, tendências e parlamentares do partido, parteiros coletivos desta construção. Ele é um intelectual com reputação internacional, mas comprometido com as aspirações democráticas, populares e socialistas do PT. A disputa será duríssima, mas teremos ao lado de Lindberg um dos nossos melhores quadros para defender Dilma contra a direita, o PSDB e a mídia golpista no senado.

Grandeza, razão, solidariedade e paixão! Estas são as palavras-chave para o crescimento do Partido dos Trabalhadores no estado do Rio de Janeiro. Para isto, respeitando a diversidade e a democracia interna do partido, a construção da unidade é uma tarefa inadiável. Um desafio que exige desprendimento pessoal, coragem política e perspectiva histórica, para levar Dilma e Lindberg à vitória, para eleger um número expressivo de deputados estaduais e federais, para afirmar o modo petista de governar e para tornar o PT alternativa de poder concreta nas futuras eleições.

Temos certeza que o diretório fará nossa estrela brilhar apoiando o nome do companheiro Emir Sader à primeira suplência do senado. Pensemos estrategicamente nossos rumos. Os fatos estão postos, mas a escolha agora está nas mãos dos prestigiosos membros do diretório regional do PT-RJ.

Saudações Petistas

Carlos Cortez, Carlos Kalifa, Osmar Barboza e Ricardo Quiroga

Coordenação provisória da frente ‘Mensagem Socialista’

Fonte: Blog Página 13


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Perfil é História do Taffarel!

Posted by Helbson de Avila on 13:58

Taffarel é educador popular. Desde cedo mostrou disposição para lutar por uma sociedade diferente. Seja na associação de moradores, na igreja, no sindicato ou no partido, sua atuação nos movimentos populares sempre foi referência de compromisso, combatividade e ética.

Como liderança estudantil, lutou pelo passe livre dos estudantes, mobilização que até hoje é exemplo na história recente dos movimentos populares na Baixada Fluminense.

Em 2000, foi eleito vereador de Mesquita. Em 2004 a população novamente reconheceu o trabalho realizado por Taffarel na Câmara de Vereador, sendo reeleito.

No ano de 2006, Taffarel foi candidato a Deputado Federal, conquistando somente com a militância e os simpatizantes de seu histórico de lutas e reivindicações pela melhoria das classes excluídas conquistou 20.000 votos, ficando na 9ª colocação dentre os quase 30 candidatos do PT a Deputado Federal naquele ano de 2006.

Em 2008 Taffarel foi reeleito novamente vereador no município de Mesquita, conquistando o seu terceiro mandato de vereador consecutivo, e o segundo como Presidente da Câmara de Vereadores de Mesquita, função que exerce atualmente.

Taffarel como vereador foi campeão de leis (apresentou mais de 100 projetos de leis em Mesquita).

Algumas das principais propostas de TAFFAREL como

DEPUTADO FEDERAL...

· Projeto 1º Emprego - garantindo a entrada do jovem no mercado de trabalho;

· Projeto Jovem Empreendedor - garantindo oportunidade à juventude que quer iniciar um negócio;

· Projeto Eco Turismo;

· Implantação de novos cursos nas escolas técnicas;

· Ampliação das verbas para a Universidade Pública do Estado do Rio de Janeiro.

Por isso que nós pedimos o seu apoio e de sua família, amigos e amigas no companheiro TAFFAREL, nas eleições de 2010, pelo compromisso assumido e comprovado por ele, como vereador de Mesquita ao longo de três mandatos consecutivos. Vamos eleger TAFFAREL - Deputado Federal, para o Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense ter o 1º Deputado Federal de sua história do PT, um parlamentar atuante, guerreiro, vibrante e muito responsável para nos representar no Congresso Nacional, na busca de melhorias e recursos para nossa região da Baixada e todo o Rio de Janeiro.

Companheiro ou companheira vamos iniciar uma conversa e um diálogo com o nosso grupo e com o próprio Taffarel, para você vir fazer parte dessa nossa grande família PeTista, ouvir, propor e chegarmos a um denominador comum onde você venha fazer parte da família Taffarel, sua presença é fundamental e importante para o desenvolvimento do projeto do companheiro Taffarel e equipe, para que ele de fato seja eleito em 2010 Deputado Federal de nossa região da Baixada Fluminense, que tanto necessita de um parlamentar que nos represente de fato e Taffarel é um desses.

Um abraço...

Ronaldo

7872-2192

9719-6238

Esperamos seu contato e resposta para dialogarmos o projeto TAFFAREL é federal!!!

Contamos com a sua ajuda e esperamos que você venha fazer parte dessa família!!!


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