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Quarto congresso do partido oficializa Dilma Rouseff à sucessão de Lula

Posted by Guilherme Monteiro Cerqueira on 04:13 in , , ,

Congresso do PT referenda Dilma como pré-candidata à presidência

Por Marcelo Salles

Do lado de fora, nos fundos do Centro de Convenção Ulisses Guimarães, uma senhora bem velhinha espiava de longe, solitária, a movimentação da saída dos carros negros. Empunhava uma bandeira do partido e parecia não se incomodar com o sol inclemente das 14h. Não resisti e perguntei o que ela fazia ali. “Tô esperando pra ver se consigo ver a Dilma”. Ué, mas você não a viu lá dentro? “Vi, claro, até fiz uma foto ao lado dela. Mas é que dá vontade de ficar perto o tempo todo”, disse a senhorinha, com um sorriso de criança.

Ficar perto da Dilma. Talvez esse tenha sido o desejo mais comum entre os 4 mil participantes (entre convidados e delegados) do 4º Congresso do PT, realizado entre os dias 18 e 20 de fevereiro. Foram realizados debates, discussões e quebra-paus inerentes a eventos como este, em que o confronto de idéias, mais que bem-vindo, é estimulado.

Lá estavam boletins e correntes como “Revolução socialista”, “Frente operária”, “O Trabalho”. Os mil e trezentos delegados do Partido dos Trabalhadores aprovaram resoluções como a taxação sobre grandes fortunas, o combate ao oligopólio dos meios de comunicação e a maior flexibilidade para disponibilizar terras para a reforma agrária. Além disso, os militantes manifestaram apoio incondicional ao Programa Nacional de Direitos Humanos, torpedeado pela direita no final do ano. (Se essas propostas serão implementadas num possível governo de Dilma Rouseff, as condições políticas é que vão dizer).

Mas dessa vez havia algo mais que o puro e simples confronto de idéias. Cada centímetro do Centro de Convenções parecia tentar atingir o emocional dos participantes e dos visitantes. O hall de entrada estava decorado com tapetes vermelhos, mais socialistas que hollywoodianos; painéis temáticos contavam a história do PT nas diversas lutas (meio-ambiente, combate ao racismo, reforma agrária, juventude etc), todos com a inscrição “Orgulho de ser PT”; um espaço dedicado às mulheres estava repleto de bandeiras bordadas à mão, muito coloridas e amarradas a bonequinhas de pano.

No início do ato de indicação da pré-candidatura à presidência da República, um grupo de mulheres montou uma ikebana gigante com flores vermelhas, ao som de Aquarela do Brasil. Lá pelas tantas, um vídeo contou a história dos 30 anos do PT do ponto de vista da filha de uma militante fundadora do partido, desde a primeira bandeira até a segunda eleição do presidente Lula. Houve quem vertesse lágrimas.

A própria Dilma já se dirigiu ao microfone com lágrimas nos olhos, sobretudo quando lembrou três amigos que não sobreviveram aos anos de chumbo. A ministra-chefe da Casa Civil enfatizou as conquistas do governo (aumento do número de empregos e do valor do salário mínimo, a saída de 32 milhões de pessoas da miséria, entre outros) e ressaltou a importância de um Estado forte para o desenvolvimento da nação, mas com o apoio de todas as unidades da Federação. “Quero 27 locomotivas puxando o trem do Brasil”, afirmou.

A cada cinco minutos Dilma era interrompida por aplausos. “Partido, partido, é dos trabalhadores”, gritavam os participantes. Aliás, vale lembrar, ela foi simplesmente ovacionada quando subiu ao palco. E conseguiu uma proeza: receber mais aplausos que o presidente Lula. A fusão dos dois ficou simbolizada pelos gritos dos militantes: “Olê, olê, olê, olá, Lula, Dilma”.

Fonte: Revista Caros Amigos

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