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PT Paraná: Candidatura própria, por quê?

Posted by Guilherme Monteiro Cerqueira on 10:39
Claudio Ritser
Por Claudio Ritser
A bandeira de candidatura própria, por parte do Construindo Um Novo Brasil (CNB), não estava em pauta, até semana passada. Essa bandeira, quem estava e esta hasteando-a, foi e é o campo petista, conhecido por “esquerda do PT”. Assim foi, por exemplo, durante o PED 2009 e durante o XVII Encontro Municipal do PT de Curitiba, realizado em 27/03/2010.
No PED 2009, não fomos vitoriosos. No XVII encontro municipal do PT de Curitiba, vencemos com o voto de mais de 80% dos delegados. Pessoas que votaram, no PED passado, nos candidatos da CNB e nas chapas desse campo, no entanto, votaram a favor da candidatura própria no XVII encontro municipal do PT Curitiba.
A percentagem dos votos obtidos por Ênio Verri (deputado estadual e atual presidente do PT estadual) e na chapa por ele representado, durante o processo de eleições internas do partido, não significam que eles tem a mesma percentagem de votos dos delegados estaduais, que tiveram no PED 2009, que venham a votar por uma coligação com o senador Osmar Dias (PDT).
A direção estadual sabe disso, e sabe, também, que há, na base do partido, uma forte rejeição a uma possível coligação ou aliança com Osmar Dias. Um exemplo foi que mais de 80% dos delegados, incluindo delegados do campo majoritário, presentes ao XVII encontro municipal do PT de Curitiba votaram contra a aliança com Osmar Dias. Essa votação era esperada pela direção municipal e estadual, tanto que tentaram impedir a votação de uma resolução em que o PT Curitiba dizia não a aliança com o senador. A votação ocorreu. E mais, foi aprovada por mais de 80% dos delegados ali presentes. Causando, no mínimo, um mal estar no grupo dos que ainda defendem – ou defendiam – uma aliança com Osmar Dias.
Estava marcado, para o dia 10 de abril, o encontro estadual do partido, mas após o resultado político do XVII encontro municipal, a direção estadual decidiu, adiar, sem ter outra dada, o encontro estadual, com a explicação que era preciso mais tempo para o senador e o PDT, decidirem pela aliança.
Nessa semana, no entanto, o presidente estadual do partido, Ênio Verri, o ministro Paulo Bernardo, o deputado federal, e atual secretário de comunicação do PT nacional, André Vargas, já descartam uma aliança com Osmar Dias.
Os problemas estão nos motivos. Para Ênio Verri, a aliança com o senador Osmar Dias só não sai, porque Osmar Dias exige que a pré-candidata do partido ao senado, Gleisi Hoffmann, seja sua vice na chapa. A direção estadual, por sua vez, diz que Gleisi é e continuará a ser pré-candidata ao senado. Diante o cenário, Ênio Verri lamenta que as conversas, de um ano, entre o PT e o PDT estejam, agora, nesse impasse. Por isso declarou à rádio CNB de Cascavel, dia 07/04/2010, que o PT estadual procurará seu próprio caminho.
Para André Vargas, deputado federal e atual secretário de comunicação do PT nacional, através do seu twitter, e segundo informações de jornais, em 08/04/2010, o senador Osmar Dias teria feito “exigências não políticas” e que “As dúvidas do Osmar podem não ser só em relação à vice, talvez haja outras condições que não possamos atender”.
Segundo Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, também em 08/04/2010, disse que os dois partidos chegaram ao limite das negociações, e que poderá haver uma aliança no segundo turno, haja visto que “Nós não temos como atender ao senador Osmar Dias. E se não for possível avançar, não vamos nos tornar inimigos ou adversários. Quem sabe seja possível no segundo turno”. E que o PT não vai abrir mão da pré candidatura ao senado.
Todas as falas dos protagonistas petistas, pró aliança entre PT e PDT no estado, condicionam as dificuldades para a concretização da aliança as exigências do senador. O que é lamentável. Pois a candidatura própria não estava na estratégia da direção estadual, que trabalhava arduamente para que a aliança PT-PDT fosse realizada com ar de coligação natural em prol da candidatura Dilma.
Hoje, eles falam em candidatura própria, mas não estão convencidos da necessidade do PT em ter candidatura própria, e o que representa políticamente, ao partido, uma candidatura própria ao governo do estado.
A estratégia implementada desde 1995, por José Dirceu, na presidência nacional do PT, e de seu campo político partidário, é a mesma estratégia que prevalece hoje, nas negociações eleitorais nos estados, e que não contribue para o fortalecimento do PT.
O campo petista, conhecido como “esquerda do PT” não é sectário, mas entendemos – no geral – que as alianças não podem servir para anular o partido, muito menos, impossibilitar que venhamos a lançar candidatos nos estados, nos impedindo de apresentarmos a sociedade o nosso programa.
As negociações, tentanto fazer com que Ciro Gomes (PSB) disputasse o governo de São Paulo, que o PT do Maranhão apoiasse Roseana Sarney (ex-PFL, atual PMDB), que o PT do Paraná fizesse – ou que ainda venha a fazer – aliança com o senador Osmar Dias (PDT), são negociações, não só equivocadas, mas erradas. E seus defensores, estão errados. O elogio de Dilma Rousseff ao ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), pode ser influência e articulação de Fernando Pimentel, que, também, nada contribue, seja para a campanha presidencial e/ou fortalecimento do PT.
No PT Paraná, no entanto, os defensores dessas negociações eleitorais parecem que não aprendem – ou não querem apredender – o quanto as coligações exdrúxulas prejudicam o partido e a luta pela hegemonia (ou contra hegemonia).
É fundamental a candidatura própria, e também, faz-se fundamental, ter candidatura própria pelos motivos corretos e não pelos motivos errados, como são os motivos apresentados pelos petistas pró aliança com o senador Osmar Dias, representante do latifúndio e do agronegócio.
A candidatura própria, precisa, desde ontem, a fazer parte da estratégia do PT nos estados, com o objetivo de fortalecer o partido e possibilitar que haja condições de se construir a hegemonia na sociedade.
Claudio Ritser, militante do PT-PR

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