O PT do Paraná à espera de uma definição. De quem, mesmo?

Charge de Bessinha

Por Ivo Pugnaloni

Essa charge é, para mim, um sinal dos tempos.

Falam por si a figura dormindo de toca, as pedras na vidraça e o chamado de Lula.

Olhando-a, já não me sinto mais tão sozinho, com meus companheiros da “minoria” da direção estadual, achando que algo estranho está acontecendo com o PT na Terra das Araucárias.

A verdade é que enquanto Beto, Osmar, Requião e Pessutti fazem campanha há vários meses, por todo o Paraná, nós, do Partido que elegeu por duas vezes o Presidente mais popular da História do Brasil, estamos calados, quietos, encolhidos, como se fosse nossa “primeira vez”.

Oficialmente, a explicação que nos dão é que estamos aguardando uma definição da direção nacional sobre quem será nosso candidato (a) a governador(a) e senador(a), obedecendo a uma decisão do IV Congresso.

Mas porque então não saímos já a campo em defesa de uma candidatura a PRESIDENTA, que essa nós, JÁ TEMOS?

Alguns amigos me alertaram para que não escrevesse nada sobre isso.Disseram-me que qualquer um que discordasse da silenciosa atitude de espera será apontado como “colaboracionista da direita reacionária”e massacrado, depois, nos comentários.

Eu não acredito que exista esse tipo de patrulhamento no PT. E assim, como fundador do PT do Paraná e do Brasil, ainda em 1979, arrisco-me a enviar esse pedido de socorro, essa garrafa ao mar, esse chamado à razão, àqueles que como eu, não conseguem mais só ficar calados, com Beto, Osmar, Pessuti, Requião, Ciro, Serra e agora Marina da Silva, fazendo campanha ou “preparando suas campanhas”, bem nas nossas barbas…

Porque razão, ó raios, enquanto trata das alianças com os aliados e a direção nacional, a cúpula do PT do Paraná não faz como o Beto, o Osmar, o Pessutti, a Marina e não organiza uma agenda de eventos, encontros, seminários em todo o Paraná , para discutirmos as eleições presidenciais, a necessidade do Brasil continuar crescendo no rumo em que vem, as diferenças com o governo FHC e o perfil da Dilma como candidata a primeira PRESIDENTA do país???

Mas que não seja apenas uma discussão interna, só com a militância, mas uma grande agenda com o “povão”, as entidades sindicais, do movimento popular, dos empresários, das cooperativas, dos clubes de serviço, das igrejas, por todo o Paraná, como o Lula fez em 1989, 1994, 1998 e 2002?

O quê será, meu Deus, estará a direção do PT do Paraná esperando para começar a discutir, com o movimento popular e com as classes produtoras, a campanha da primeira PRESIDENTA do Brasil, da sucessora indicada por Lula, o presidente que fez o Brasil voltar a seguir o rumo do crescimento e do desenvolvimento econômico e social?

Um Feliz, Militante e Consciente Primeiro de Maio a todos e todas!

De nossa parte, vamos fazer o possível!

Ivo Pugnaloni é militante do PT-PR